Por Rebeca de Arruda
“A
Culpa é das Estrelas” (TFIOS, para abreviar) é baseado no romance
do americano John Green, que conta a história de Hazel Grace e
Augustus Waters, dois adolescentes com câncer que se apaixonam.
Câncer e amor, duas coisas que rendem muitas lágrimas, e é isso
que você pode esperar. É difícil, eu diria impossível, não se
emocionar com a história de Hazel e Gus. Não tanto pelo câncer,
que não é tão explorado como geralmente acontece no cinema, mas
sim pelas suas histórias, pelas pessoas que eles são. No livro,
Green está sempre lembrando que uma pessoa doente não é a sua
doença, e no filme isso não poderia ficar mais claro.
Os
fãs não tem do quê reclamar, tudo que Green escreveu foi
brilhantemente traduzido para a tela – mostra que a Fox aprendeu
com os erros (vide Percy Jackson) e entendeu que boa adaptação tem
envolvimento do autor na sua produção, sim. Então, como o texto de
Green, o filme faz com que você se sinta na TPM: você vai ter um
milhão de sentimentos numa pequena fração de tempo, agora você
está chorando, depois você está rindo, pouco depois diz “own”
e aí está chorando de novo. Nunca vi tantos olhos cheios de
lágrimas numa sessão, e olha que assisti “Marley & Eu” no
cinema!
A
trilha sonora foi escolhida a dedo para TFIOS, uma mistura que conta
com nomes da música indie, como Jake Bugg e Lykke Li, até artistas
mais pops, como Charli XCX (a maravilhosa que participa de Fancy da
Iggy Azalea) e um duo de hip hop sueco Afasi & Filthy – tudo
perfeito para acompanhar o mood swing ao qual será submetido o
espectador.
Outra
coisa que contribui para o sucesso do filme é o seu elenco – o
casting não poderia ter sido melhor! Shailene Woodley, vencedora do
Trophée Chopard de 2012, encanta o público com a sua interpretação
da Hazel, provando que a atriz se dá tão bem em blockbusters,
quanto em filmes indie. E Ansel Elgort, cuja estreia no cinema
aconteceu no remake de “Carrie”, parece que nasceu para o papel
de Gus – a aura de bad boy com um soft side cai muito bem no ator.
Outro destaque do elenco é o Natt Wolff no papel de Isaac, um jovem
que tem câncer nos olhos; Natt será o protagonista da próxima
adaptação de uma obra de John Green, “Cidades de Papel”.
E
no elenco adulto, destaque para Willem Dafoe, (que na minha mente é
o) eterno Duende Verde, no papel do Peter Van Houten, autor favorito
da Hazel; e Laura Dern, de “Blue Velvet”, no papel da mãe da
Hazel, a Sra. Lancaster – uma das atuações mais emotivas do
filme.
O
maior hype do primeiro semestre de 2014 tem tudo para agradar gregos
e troianos: 1) bem adaptado, para a alegria dos fãs, 2) com boas
críticas, para a alegria do estúdio que deve superar o seu
orçamento de U$$ 12 milhões logo na primeira semana, 3) e uma
história de amor, e sobretudo da vida, para ninguém colocar
defeito, que nos ensina que alguns infinitos são maiores que outros.
O.K.?
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