Vendido como sombrio, A Múmia não passa de uma comédia pastelão

Divulgação Universal
Quando anunciaram o reboot do filme A Múmia, ainda em 2013, foi uma grande surpresa para todos, até porque, a última refilmagem do clássico da Universal aconteceu há menos de dez anos atrás, em 2008, com A Múmia: Tumba do Imperador Dragão. E junto ao reboot, o anuncio de seu protagonista, Tom Cruise, outra surpresa, além da Sophia Boutella, que já havia feito sucesso em 2014 com Kingsman, interpretando a múmia do título.

Mas, desconfianças a parte, você tenta ter algum resquício de confiança na produção, esperança essa que é jogada no lixo em alguns minutos da trama. Primeiramente, o filme é vendido pela Universal como uma "aventura sombria", ou até além, um terror, ao contrário dos filmes estrelados pelo Brendan Fraser, que tinham uma carga cômica inegável, e divertida, claro. Mas não é o caso, o filme não sabe qual lado escolher, se o cômico ou o lado sombrio. E essa dúvida percorre toda a película, confundindo o espectador e atrapalhando a trama, sem saber o que pensar sobre o seu protagonista, e até mesmo sobre sua vilã, que horas parece ser aterrorizante, horas uma criatura risível.

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Bem, se ao menos o toque surpresa de comédia fosse bem executado, assim como foi feito nos filmes anteriores recentes, não seria ruim, mas está longe disso. Toda a fotografia, interpretação, ambientação, direção, maquiagem, nos remete a um filme extremamente sombrio, de horror, onde até os trailers nos vendem isso. Em nenhum momento encontra-se piadas nos vídeos divulgados, nenhum. E esse seria um bom caminho a percorrer, já que os antecessores ditavam uma maior veia cômica.

Andres Muschietti, o primeiro diretor contratado para o projeto, teve diferenças criativas com o estúdio e abandonou a proposta. Ele queria uma versão mais sombria dos personagens, nada mais justo. Com tantos elementos de terror e horror a comédia empregada no filme parece destoar de tudo, não parece necessária, e muito menos divertida, é arbitrária.

Tom Cruise é um canastrão neste filme, não tem muito o que falar, mas existe uma crítica norte-americana que diz ser o seu pior longa. Não é, nem de longe. As mulheres reinam muto bem, Sophia Boutella, apesar dos erros da trama, brilha com sua múmia. Annabelle Wallace é cativante, e consegue segurar as pontas dessa bomba junto ao Tom Cruise. A direção estreante do Alex Kurtzman é segura, uma pena que o estúdio tomou as rédias e quis algo mais "light".

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Uma das poucas coisas interessantes no filme são as referências ao Dark Universe do estúdio, onde eles pretendem trazer novamente filmes como: Frankenstein, A Noiva de Frankenstein, O Monstro da Lagoa Negra, O Fantasma da Ópera, O Corcunda de Notre-Dame e o Homem Invisível. As referências aos outros monstros e criaturas é um dos pontos positivos do longa, além do personagem do Russell Crowe, que deve ser um elo entre todos os novos filmes.

Vendido como sombrio, A Múmia é um péssimo começo para o Dark Universe, mas existem outras chances de concertar os erros em outros filmes, me agrada a intenção da universal em reviver todos os clássicos monstros do estúdio, mas que os faça como monstros, do jeito que realmente são, e não como uma comédia escrachada para toda a família.

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