[Claquete Hot] Pornografia, Erotismo e Ninfomaníaca, de Lars Von Trier

Cena de Ninfomaníaca
Bem-vindos à primeira edição da nova coluna do site, o Claquete Hot. No Claquete Hot  o assunto principal é o sexo, tema que ligado à pornografia, é responsável por aproximadamente 30% do tráfego de internet na rede mundial de computadores, segundo o site Extreme Tech.

Ainda considerado um tabu por muitos, o sexo  gera milhões de dólares em lucro só na indústria pornográfica norte-americana, e muitos filmes consagrados, indies e os chamados filmes de arte, também utilizam o sexo como temática principal ou secundária, seja para chocar, para narrar uma história, ou simplesmente para causar excitação no espectador.  

Produção pornográfica brasileira
Quando se fala de sexo em produções audiovisuais, devemos levar em conta dois conceitos: o pornográfico e o erótico. Na pornografia, o objetivo é  apenas excitar a audiência, com sexo explícito (como é encontrado na maioria dos sites pornôs), ou não explícito.  As produções eróticas utilizam o sexo como temática, mas têm o intuito de usá-lo como artifício para contar uma história, ou seja, têm uma finalidade artística. Porém, existe uma linha tênue entre o que é pornográfico e o que é erótico, porque uma produção com temática sexual pode ser vista como artística ou não, dependendo do ponto de vista. 

Essa introdução serviu para dizer que o Claquete Hot vai ter como foco os filmes com temática sexual artística (eróticos e filmes que contenham sexo), e não os pornográficos. O nosso primeiro filme é a produção polêmica e hypada do diretor Lars Von Trier, Ninfomaníaca.




Ninfomaníaca narra a história de Joe (Charlotte Gainsbourg/Stacy Martin), uma mulher viciada em sexo, da  infância até os seus 50 anos. Lars Von Trier, autor e diretor do filme, é responsável por produções polêmicas, como Anticristo (2009), e ele já havia anunciado antes que Ninfomaníaca seria um filme "pornô", já pra causar.  O elenco é estelar: Shia LaBeouf (Transformers), Uma Thurman (Pulp Fiction, Kill Bill), Stellan Skarsgård (Gênio Indomável), Christian Slater (Entrevista com o Vampiro), a novata Stacy Martin e Charlotte Gainsbourg (Melancolia) são os principais nomes.

A produção foi dividida em duas partes, por razões comercias, de duas horas cada, estreou aqui no Brasil em Janeiro e Março desse ano e já está disponível em DVD e no Netflix. A versão do diretor, que tem 5 horas e meia de duração,  estreia no dia 2 de Outubro em alguns cinemas da Europa, festivais  na América do norte e em sites de streaming sob demanda.

Trailer +18




O filme começa com Joe no meio da rua, espancada e levando chuva, sendo resgatada por Seligman (Stellan Skarsgård), que a leva para sua casa e cuida dela.  Nesse período, Joe começa a contar suas histórias sexuais desde a infância até a noite em que fora encontrada, e é ouvida com atenção e sem julgamentos por Seligman. Joe é Ninfomaníaca, ou seja, tem compulsão por sexo, e o filme se apresenta tanto como um estudo para esse transtorno psiquiátrico, como também exalta a liberdade sexual da mulher, que ao meu ver, pode também não estar ligada à ninfomania.

Seligman encontra Joe



Joe conta a Seligman o seu primeiro contato com a própria sexualidade. Quando criança, ela e sua amiga brincavam no banheiro se esfregando em um chão molhado. Lars Von Trier não tem medo de abordar a sexualidade infantil, e ganha pontos por mostrar a cena de forma sensível e que não expõe de forma negativa as pequenas atrizes.




Uma Thurman em Ninfomaníaca
Apesar dos 2 volumes fazerem parte de um único filme, as duas partes apresentam uma diferença considerável. O Volume 1 é focado na jovem Joe, interpretada pela ótima Stacy Martin, e tem participação de Uma Thurman, em uma das melhores sequências da trama. Uma vive a Sra. H, uma mulher traída pelo marido, que tem um caso com Joe, e chega no apartamento de Joe com os filhos e arma um barraco digno das melhores cenas dos últimos anos no cinema. A primeira parte mostra a jovem Joe tendo prazer em suas aventuras sexuais com os mais diversos homens, até que em um determinado momento o prazer vira dor, e esse é o foco do segundo volume. Muitos podem não ter gostado do Volume 2, por conter cenas demasiadamente longas de sadomasoquismo, mas  ver os 2 volumes juntos pode anular essa rejeição. As cenas poderiam ter sido mais curtas, mas são necessárias pra mostrar a degradação da personagem.

Em Ninfomaníaca, todas as cenas de sexo são reais e explícitas, com direito a close  genital, porém os atores não estão fazendo sexo de verdade, e sim dublês, atores pornôs profissionais. Tudo foi editado digitalmente e é um trabalho realmente incrível, não dá pra perceber que é uma montagem. A versão do diretor contém mais cenas de sexo hard, então não vai perder :p

Pra quem curte uma boa história narrada e tem tempo e paciência disponível, Ninfomaníaca pode ser uma ótima opção. Aconselho  assistir aos dois volumes juntos, e digo mais, o filme tem 4 horas de duração, mas passa rápido que é uma beleza.

Até o próximo Claquete Hot, abraço :))







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