Sem "furo" e de coração: obrigada por tudo, Ariano!

Sem Ariano não teríamos isso



Se Ariano Suassuna visse o layout e as postagens do Claquete POP, certamente ele iria dizer algo como “não troco meu oxente pelo OK de ninguém”. Apesar do site ter a maioria das postagens estrangeiras-coisa que ele odiava-, não poderíamos deixar de homenagear esse grande escritor nascido na Paraíba, mas pernambucano de coração.

Isso aqui está longe de ser um obituário. Muito pelo contrário. Isso aqui é um registro de como o mestre me influencia e continuará influenciando gerações. O cabra da peste é, talvez, a maior referência que tenho hoje. Mais que Nelson Rodrigues. Eu me apaixonei pelo Cinema quando vi a adaptação de “O Auto da Compadecida” pela primeira vez, lá em 2001, quando eu tinha 6 anos. Lembro muito bem de estar deitada no tapete da sala e tentando entender aquele choro encenado da mulher do padeiro. Eu ainda não entendia que aquilo vinha do Teatro.

“O Auto da Compadecida” foi o primeiro filme brasileiro que vi e que vejo até hoje sempre que passa na Sessão da Tarde ou Temperatura Máxima. Não tem como não amar. À medida que fui crescendo fui entendo e estudando cada vez mais as obras de Ariano. Encenações de peças no colegial. Como esquecer? Toda turma que se preze na Escola do Recife tem que encenar alguma obra de Ariano. No meu primeiro ano lá, em 2008, vi “O Santo e a Porca”. Em 2010, foi a vez de a minha turma encenar “A Farsa da Boa Preguiça”. Uma das coisas mais prazerosas que vivi no colegial foi poder montar o cenário dessa adaptação. Foi graças a esse trabalho também, que consegui um autografo do mestre. Infelizmente não pude conhecê-lo, mas tenho a assinatura dele gravada em uma de suas melhores obras. Aliás, como escolher uma melhor obra? Todas são excepcionais.

Na graduação não foi diferente. Logo no primeiro ano, Ariano fez parte da minha formação através de uma radionovela e de um documentário. “Armoriano”. O criador do Movimento Armorial influenciou na escolha do tema de forma unânime. Foi quando conheci Carlos Newton, um dos maiores- pra mim, o maior-pesquisador do Movimento Armorial. Graças a ele pude conhecer mais a fundo a vasta obra produzida por esse movimento. De Samico ao Grial. Ainda, graças a Deus, tive o prazer de assistir a uma aula-espetáculo do próprio. Um dos momentos mais cômicos que já tive. Melhor que qualquer stand-up ou canal de humor no Youtube.


Se hoje eu tenho algum conhecimento sobre a cultura pernambucana, teatro e literatura, isso se deve a Ariano. Ele se foi. Mas vai continuar vivo na lembrança de gerações do passado, presente, futuro...Imortal.

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