Era uma vez num reino muito distante... Essa
frase que marcou a infância e imaginação de todos se expande de uma maneira
gigantesca e vai muito além do simples conto de fadas que conhecemos e
partilhamos durante tantos anos. A adaptação francesa de A Bela e A Fera
abrange relações e uma apreciação a narrativa psicológica que nos faz refletir
e ter a conclusão de que, literalmente, o público alvo desse filme não são as
crianças.
Dirigido por Christophe Gans (Pacto com Lobos, 2003) o
filme estrelado por Léa Seydoux (Azul é a Cor Mais Quente, 2013) e Vincent Cassel (Cisne Negro, 2010) possui uma
maneira meio clichê de iniciar um filme sobre conto de fadas: uma mulher
contando a história para duas crianças. Esse estranhamento (quanto ao clichê)
se desfaz com o desfecho do longa que também vai além do simples “fechar o
livro” e acabar a história.

Depois de um naufrágio, o pai de Bela, que é um comerciante e mais cinco irmãos, perdem sua fortuna e vão morar num local ameno e rural. Apenas Bela se adaptou ao lugar. Na volta de uma viagem à cidade, o pai encontra um lindo palácio. Entra, bebe, come e pega uma rosa do jardim, quando o dono do local, a Fera (Vincent Cassel) o condena e diz que ele sobreviverá se trouxer alguém em seu lugar. Ao chegar em casa e contar aos filhos, Bela não pensa duas vezes e vai em direção ao castelo para proteger o pai. Chegando lá ela se depara com um local mágico e cheio de mistério. Percebendo a amargura da Fera, ela tenta descobrir sobre seu passado para entendê-lo e ajudá-lo enquanto seu ambicioso irmão planeja roubar as riquezas do castelo.
A Bela e A Fera pode ser uma adaptação de exageros estéticos (sim, eles abusam dos efeitos
especiais), mas que, com certeza, enchem os olhos com a beleza dos detalhes e o
incrível trabalho da direção de arte, que trabalha muito bem os
detalhes: figurino, locações e efeitos. Tudo é exagerado, o suficiente para nos
fazer prestar mais atenção ao contexto geral da produção e não apenas na
representação dos atores.
Apesar de
utilizarem muitos efeitos especiais, a adaptação não perde (e passou longe de
perder) a característica principal do cinema francês: a valorização do diálogo.
A história da Fera, mais especificamente, recebe um relevante foco e atenção. O roteiro do filme também é assinado por Christophe Gans juntamente com Sandra Vo-Ahn e fazem do filme tão grandioso quanto o conto original, escrito por Gabrielle-Suzane Barbot e publicado em 1740.
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