Para Sempre Alice aborda o mal de Alzheimer com sutileza

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Se tivesse estreado antes da award season, Para Sempre Alice talvez não chamasse atenção nas salas de cinema brasileiras. É um filme independente, com diretores fora do mainstream e com um assunto pesado, o mal de Alzheimer. Mas agora, depois de render Globo de Ouro, BAFTA, SAG, Critic's Choice e Oscar a Julianne Moore, o filme deve ganhar a atenção que merece.

Para Sempre Alice, baseado no livro homônimo de Lisa Genova, conta a história de Alice Howland (Julianne Moore), uma Doutora em Linguística, que aos 40 anos é diagnosticada com mal de Alzheimer, uma doença assustadora, sem cura e que altera toda a vida da personagem, e da sua família. 

Filmes que têm uma doença como fio condutor possuem a difícil tarefa de caminhar na linha tênue entre contar a história do personagem e tornar a doença o ponto central da história. Para Sempre Alice é um filme que consegue se equilibrar nessa linha, fazendo o espectador ver Alice além da sua doença, mas também explorando a sua condição com sutileza.

A evolução da doença é rápida e dá fluidez ao filme, que não fica cansativo e nem apelativo, mas retrata a luta diária para recordar enfrentada pela personagem. E a descoberta do diagnóstico de alzheimer pela família, que passa a não enxergar Alice naquela nova mulher, faz o público refletir se as memórias  são a nossa essência, ou se somos mais do que lembranças.

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Moore foi a escolha perfeita para o papel, sabendo expor as diferentes camadas de Alice conforme a sua doença vai avançando. Dessa forma. o espectador descobre a fragilidade por trás da renomada professora e, também, a força que possui para lidar com sua condição.

Outro destaque do elenco é Kristen Stewart - que recentemente fez história ao ser a primeira atriz americana a ganhar o prêmio francês César. Em Para Sempre Alice, Kristen interpreta Lydia, filha mais nova de Alice, e impressiona com a sua forte performance, evidenciada principalmente através da relação mãe e filha.

Para Sempre Alice é um filme comovente, que ao tratar de uma doença faz uma reflexão sobre a condição humana. E deve ser visto, pela história tocante, as atuações espetaculares - especialmente do elenco feminino; e pela fotografia leve; se nenhum desses motivos forem suficientes, então todos os prêmios arrecadados por Julianne Moore devem convencer o espectador de que o filme vale a pena.

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