Nos últimos anos, o cinema brasileiro vem se rendendo à comédias com inspiração norte-americana para lotar as salas de cinema, e assim conseguir uma bilheteria respeitosa. Super Pai, que estreia nesta quinta-feira, não é diferente. A fórmula é a mesma: a reunião de velhos amigos com personalidades distintas - um fato esdrúxulo que os une ainda mais - e a garota desejada do colegial.
O filme é uma comédia politicamente incorreta, que não chega a flertar, porque ela é realmente objetiva em suas inspirações e consegue trazer tudo o que já vimos, mas com um toque tupiniquim. Aos moldes de Se beber não case e Super Bad, o filme mistura tudo o que deu certo nestes filmes e acrescenta uma "personalidade brasileira" à trama. O personagem do Paulinho Serra, que interpreta um traficante, é um bom exemplo disso.
Ao assistir Super Pai, a sensação é sempre a mesma durante a metragem do longa, "Hum, acho que já vi isso em algum lugar...", e sim, você não estará errado! A premissa do filme é interessante(a troca do próprio filho por um outro garoto), mas infelizmente não passa disso. Com poucas situações e piadas originais, a película se perde em meio aos clichês de filmes já vistos.
Os atores tem entrosamento, mas os personagens não são interessantes. Você acaba não se identificando com eles, em principal o Diego (papel do ator Danton Melo). O personagem chega a ser enfadonho e sem graça. Na contramão, e talvez o único papel que valha a pena, temos a ótima Dani Calabresa, interpretando, como ela mesma fala, uma "ex-vadia". A atriz e comediante traz consigo as melhores piadas do longa, e tem uma química perfeita com o Antônio Tabet, vulgo Kibe Louco. Thogun Teixeira interpreta o amigo racional e o cérebro da "turma".
O diretor, Pedro Amorim, vem de um recente sucesso, onde dirigiu "Mato sem Cachorro". O filme não fez feio nas bilheterias, e tinha uma história, até certo ponto, original. Mas aqui o diretor vai pelo caminho mais confortável, e faz um trabalho que não passa do "ok".
Super Pai é mais uma cópia das comédias norte-americanas, que busca principalmente arrecadar bilheteria e público, esquecendo a originalidade e deixando os clichês e roteiro batido tomarem conta por completo. Os personagens não animam, e com raras exceções e bastante esforço, o filme te arrancará algumas risadas. Mais uma vez, bilheteria eles terão, mas qualidade em termos de comédia original, infelizmente, não.
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