Bem-vindo à Nerdlândia. É claro que essa frase não podia deixar de ser citada em Operação Big Hero (Big Hero 6), filme que fecha com chave de ouro mais um excelente ano do Walt Disney Animation Studios. Com o apoio e benção do Sr. Stan Lee, o filme é baseado na HQ “Big Hero 6” e assume o título de ser a primeira animação da Marvel Comics lançada nos cinemas pela Disney. Essa parceria poderosa só pode resultar em sucesso de crítica e público e já rendeu indicação ao Globo de Ouro, com reais chances de faturar não somente esta estatueta, mas também a do Oscar em 2015.
Depois de Enrolados (2010), Detona Ralph (2012) e Frozen: Uma Aventura congelante (2013), chega Big Hero nos trazendo alguns clichês das animações Disney que tão bem conhecemos. Tem carga dramática, questões familiares, o bom e velho valor da amizade, um super vilão (que de super só tem o nome, mas falo dele em breve), um coadjuvante que rouba a cena de tão fofo e cativante que é e muita comédia, ação e aventura. Até aí, nenhuma novidade né? Mas a Disney vem apostando na receita de sucesso dos seus filmes antecessores com um plus de novidade e dessa vez, o toque se encontra na exaltação da cultura geek, em um misto de mangá e robóticas japonesas com ares americanizados.
Essa mistura resulta na high-tech cidade de San Fransokyo, nos EUA (mistura de San Francisco e Tokyo). É lá que vive Hiro Hamada, um gênio de 13 anos que participa de lutas de robôs ilegais, com o intuito de faturar. Seu irmão, Tadashi, também ligado em robótica, deseja um futuro mais interessante para Hiro e resolve levá-lo ao laboratório da Universidade em que estuda, repleto de outros nerds e de suas invenções. Lá ele conhece a durona Go Go Tomago, o certinho Wasabi, a especialista em química Honey Lemon e o lesado Fred (fã de quadrinhos de super-heróis), logo se tornando amigo de todos e decidindo também estudar ali.
Mas para que o Professor Callahan aceite sua matrícula, Hiro precisa apresentar uma grande invenção como teste. Entretanto, as coisas fogem do controle e o garoto encontra um auxílio inesperado no robô inflável Baymax (nova invenção do seu irmão) e além disso, ronda um determinado mistério que provoca a união dessa turma para se tornarem os novos heróis da cidade. Herói esse que cria todo seu equipamento tecnológico mas tem medo de altura, não tem treinamento para o perigo, é inexperiente e se mete em um monte de confusão antes do trabalho em equipe finalmente dar certo.
A projeção no Moviemax Rosa e Silva me proporcionou um dos melhores 3D da vida, amém. Pude conferir os efeitos visuais do CGI da melhor maneira. Já a dublagem brasileira, infelizmente insiste em dar mais crédito a fama do que a qualidade, então temos que ouvir Marcos Mion, digo, Fred falando "TÁ LOCO" e "É NOIS" (entre outras expressões do "papito") a vlogueira Kéfera como Go Go Tomago, Fiorella ex-vídeo show/malhação e afins Mattheis como Honey Lemon e o que de fato se salva, Robson Nunes, como Wasabi também marcando presença.

Mas se tem um personagem não acertado é o Super Vilão (sendo seu único ponto positivo o de ser mais humanizado que outros vilões da disney), que tem um desenvolvimento fraco e preguiçoso, faltando coragem dos roteiristas em deixar esse elemento mais original. O filme ousa em mostrar para o público o quanto a vida pode ser dura, mas derrapa no final em uma determinada questão que envolve o tal vilão, seus motivos e outro personagem.
É necessário abrir um parêntese aqui para o excelente curta de animação Feast, que é exibido minutos antes de começar o filme. Conta a história de vida e amor de um homem sob o olhar e estômago de seu cão, Winston. A cada refeição e mordida – das guloseimas, rações e vegetais –Winston compreende o que se passa com seu dono, fazendo sacrifícios pelo amigo e cumprindo seu papel como membro da família. É o meu curta pré-longa favorito até então.
A nossa geração tá marcada por valorizar o Mundo Nerd mais do que nunca. A popularidade de jovens que alcançaram o sucesso desenvolvendo uma grande ideia são a essência de empresas como a Apple, Google e Facebook, por exemplo, e isso se encontra refletido na cultura pop há alguns anos, tornando o status de nerd sinônimo de sucesso. É cool o ambiente de um imenso laboratório em uma Universidade cercado por jovens inventores que desenvolvem a criatividade com descontração e é exatamente isso que Big Hero vende ao público - missão que nossos heróis cumpriram 100%, assim como um download concluído - entregando um ótimo presente de Natal aos nerdzinhos.
PS – Tem cena pós-créditos sim, senhor! E é sensacional, não sejam apressados.
PS² – Fique atento também aos já tradicionais easter eggs (referências subliminares à outros filmes).
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