[Review] Interestelar

Foto: Reprodução/ Facebook Interstelar




A receita é a seguinte: relações sociais, ficção científica e efeitos especiais. O resultado: um longo e bom blockbuster chamado Interestelar. O novo filme de Christopher Nolan, diretor da trilogia O Cavaleiro das Trevas e A Origem, tem sentimentalismo e coloca as relações sociais como motor que impulsiona as decisões na história. Nolan soube, de certa forma, mesclar essa soma  soma de ficção científica com sentimentos, especialmente o amor. No entanto, Interestelar carrega consigo situações bem clichês e um senso de humor que poderia ser descartado em algumas situações. 

A primeira parte do filme volta-se para o drama entre pai e filha: Cooper (Matthew McConaughey) e Murph (Mackenzie Foy), já que ele aceita embarcar numa missão espacial, com mais três astronautas, em busca de algum planeta que possa ser habitado pela população da Terra, que passa por uma escassez de recursos naturais. Essa viagem ao espaço talvez seja a única alternativa para salvar o povo. No entanto, Murph, ainda criança, não se conforma com a decisão do pai.

Passada essa primeira parte, embarcamos em uma das mais espetaculares viagens do cinema pelo espaço, com efeitos deslumbrantes e ao som da trilha sonora composta por Hans Zimmer. Junto a Cooper, estão Brand (Anne Hathaway), Doyle (Wes Bentley) e Romilly (David Gyasi). A relação entre eles é amigável, mas há conflitos emocionais relacionados a questão da relatividade do tempo e o sentimento pelos familiares.

Existe a visão de Cooper, que deseja fazer seu trabalho o mais rápido possível para reencontrar os filhos, e Brand, que deseja ir a determinado planeta, porém a consequência será mais alguns anos de diferença entre eles e o povo da Terra. É neste momento que, entre as teorias científicas abordadas por eles, surge Brand falando sobre amor e como isso a motiva a ter determinado desejo. No entanto, essa parte da fala pareceu um pouco forçada dentro do contexto. Faltou ações e atitudes vindas da personagem, anteriormente,  para que a temática tivesse melhor desenvolvimento.

Saindo dessa relação entre sentimentalismo e teorias científicas entre os personagens, é no espaço que temos imagens gratificantes do nosso universo. Em relação ao som, Nolan deixa alguns momentos bem realistas. Há momentos curiosos em relação ao som. Enquanto imaginamos o barulho de determinada ação no espaço, simplesmente não ouvimos nada, já que o som não se propaga no vácuo.

Interstelar também é didático, com várias explicações físicas que são interessantes, principalmente as que estão relacionadas à relatividade do tempo. Mesmo com todo esse aspecto físico, Nolan coloca as relações sociais em jogo e o quanto os sentimentos acabam determinando certas atitudes. O filme também provoca uma reflexão acerca do quanto a nossa vida e nossas decisões são regidas pelo tempo.


Interestelar é um bom filme para ser visto no Cinema. De preferência em uma sala com boa projeção, já que o longa foi feito em película, combinando os formatos anamórfico 35mm e IMAX (o que valoriza seus efeitos especiais, tornando-os um show à parte). O elenco de peso também se encaixa na equação da trama que, além dos citados acima, reúne nomes como Michael Caine, Matt Damon e Jessica Chastain, que demonstra ser uma grande atriz logo em sua primeira cena. No mais, Nolan mostra mais uma vez que, para ele, o limite não existe. 

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