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Poster desenhado por Taylor Stout |
Todo filme que se vê mais de uma vez, é
novamente analisado. As impressões sobre a película certamente irão mudar. Pela
sua percepção maior nos detalhes, pela maturidade do tempo ou pelo momento em
que você se encontra na vida. É por essa ótica que uma nova coluna nasce no
Claquete POP, a “Filme à segunda vista”. Bom, você vai rever com a gente detalhes e curiosidades sobre seu
filme ou seriado favorito que passou despercebido na primeira vez. É tipo um
vale a pena ver de novo, um dossiê e uma redescoberta. Ah, o objetivo aqui é
não dar spoilers pesados sobre a história. Por quê? Porque por mais famoso e cultuado
que um filme/série seja, ele não foi assistido por alguém. E esse alguém merece
assistir sentindo a mesma emoção que a gente sentiu na primeira vez, né?
PS – Isso não vale para Titanic,
O Sexto Sentido, etc. Porque aí é demais né?
PS² - Michael Fassbender não é citado no texto, mas muito em breve faremos um post só pra ele, aguardem <3
PS² - Michael Fassbender não é citado no texto, mas muito em breve faremos um post só pra ele, aguardem <3
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Aiai... |
Let’s go ao que interessa!
Tarantino é um dos diretores mais legais justamente por ser tão expectador quanto a gente. Em todos os seus filmes, as referências tanto à cultura pop quanto aos filmes cults e considerados "cinema de arte" são mais que presentes, são obrigatórias. Ele começou a estudar teatro aos 16 anos, foi balconista de uma locadora em Manhattan Beach (profissão que eu almejava enquanto passava da sessão infantil para a de comédia romântica) e ali conheceu Roger Avary, com quem mais tarde viria a colaborar em Pulp Fiction, filme que consagrou definitivamente o selo Tarantino de qualidade na história do cinema hollywoodiano. Foi o destaque dos jovens diretores de filmes independentes dos anos 90, inovou pela verborragia dos seus personagens, pelo roteiro não-linear, por ressuscitar a carreira de John Travolta, pela história dividida em atos e é claro, pela violência com ritmo frenético de HQ e muito sangue, que trouxe um novo frescor ao padrão engessado dos filmes norte-americanos.
Ele tem um verdadeiro conhecimento
enciclopédico no que se diz respeito à sétima arte e eu não tô falando só de
técnica, roteiro e direção não. Eu tô falando do emocional, da paixão em
assistir filmes. Tarantino é um autêntico nerd do cinema. E é aí onde eu quero
chegar, nas homenagens. Absolutamente em todos os seus filmes, da trilha-sonora
ao figurino, dos diálogos às expressões dos seus personagens, a gente nota. Mas
esse papo gostoso sobre Tarantino é na verdade para apresentar talvez a que
viria ser a sua melhor obra (mas não é) e sem dúvida alguma, a maior no fator
homenagens a sua maior tara: O cinema. Sim, jovens! Vamos voltar ao título
desse texto e falar de Bastardos Inglórios! Sério, levou mesmo dois
parágrafos pra introdução? Sim porque eu queria falar de como a paixão do
Tarantino por cinema influenciou totalmente Bastardos Inglórios e etc e eu tô
mesmo falando comigo mesma porque é assim que meus textos acontecem, assim como
boa parte da minha vida e..
Como na escola nouvelle vague e em toda a filmografia de Tarantino, o filme é dividido em capítulos e as referências que se encontram em cada sequência já aparecem nos créditos iniciais, com o logotipo da Universal Pictures da década de 60 (so vintage) e a música de abertura “The Green Leaves of Summer”, composição de Dimitri Tiomkin para o filme “O Álamo”, que John Wayne dirigiu em 1960. Aí vamos a um proposital erro de ortografia; o do título original “Inglorious Basterds”. Quando questionado sobre o porquê disso, Tarantino se limitou a responder:
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Shosanna sendo bem francesa e entediada com tudo isso |
Como na escola nouvelle vague e em toda a filmografia de Tarantino, o filme é dividido em capítulos e as referências que se encontram em cada sequência já aparecem nos créditos iniciais, com o logotipo da Universal Pictures da década de 60 (so vintage) e a música de abertura “The Green Leaves of Summer”, composição de Dimitri Tiomkin para o filme “O Álamo”, que John Wayne dirigiu em 1960. Aí vamos a um proposital erro de ortografia; o do título original “Inglorious Basterds”. Quando questionado sobre o porquê disso, Tarantino se limitou a responder:
“Aí é que está.
Nunca vou explicar isso. Você faz um floreio artístico como este, e explicar
tiraria toda a graça e invalidaria o golpe todo”.
O título veio de
um filme de guerra italiano de 1978, conhecido aqui no Brasil como “O Expresso
Blindado da S.S. Nazista”.
A introdução da
trama é genial, com um jogo de diálogos bem construído, câmera circundando os
atores à mesa, tensão da música de fundo e claro, as atuações de Denis Menochet
e Christoph Waltz, completam e provocam ânsia pelo que irá acontecer. A
partir daí já notamos que a direção de elenco é a melhor de toda a filmografia
do cara. Principalmente por nos apresentar o maior ladrão de cenas, o clímax do
filme - Christoph Waltz. O ator austríaco não dá chance a ninguém, assim como
seu personagem, Hans Landa. Seu vilão é tão sensacional que não deu outra – Melhor
ator em Cannes, BAFTA, Globo de Ouro e Oscar de melhor ator coadjuvante
garantido e mais que merecido.
Não vamos esquecer
de Brad Pitt, o bom e caricato americano caipira. A criação do seu personagem (Aldo Rayne) vem
de atores como Aldo Ray e John Wayne, símbolos desse clichê de ironia do
valentão sulista dos EUA. Quando Aldo Rayne finge ser um ator italiano em um
determinado momento do filme, se apresenta como "Enzo Girolami ", e
aí vem mais duas homenagens: A primeira é que esse é o nome de nascimento de
Enzo G. Castellari, diretor do Inglorious Bastards (1978); e a segunda são os
trejeitos que Pitt faz, ironicamente relembrando personagens italianos marcantes
da história do cinema, excepcionalmente o meu tão adorado Don Vitor Corleone
(Marlon Brando), de “O poderoso Chefão”.
Temos também a francesa blasé e amante de cinema (retrato das personagens dos filmes de Truffaut), a nossa heroína Shosanna. Para se preparar para o papel, Mélanie Laurent passou várias semanas trabalhando como projetista na New Beverly Cinema, em Los Angeles. Seu teste final foi trabalhar com o projetor para a exibição de Cães de Aluguel, filme de estreia de Tarantino na direção.
Voltando ao cara, ele começou a escrever o roteiro de Bastardos Inglórios antes de Kill Bill – Volume 1 (2003), mas adiou o projeto por não encontrar, na época, um bom final para a história. Então foram 10 anos até a conclusão desse roteiro. Pelo tempo e cuidado, ouso dizer que era o projeto mais ambicioso de Tarantino.
Vocês repararam no cachimbo fumado por Hans Landa? Representação do quê de detetive do personagem, né? Pois é, a intenção foi essa e o cachimbo é um Calabash Espuma do Mar, o mesmo fumado por Sherlock Holmes. Falando no Hans Landa, Leonardo DiCaprio esteve cotado para interpretar o coronel, mas o diretor preferiu escalar um ator austríaco para o personagem. Foi mal, Leo. Sua chance veio anos mais tarde, em Django Livre (2012), onde você arrasou no papel de vilão da história.
TRILHA SONORA
Parte importantíssima do selo de qualidade Tarantino, no decorrer da trama se ouve temas das mais diversas películas, várias delas compostas pelo maestro italiano Ennio Morricone. Bastardos Inglórios usa temas de “A Batalha da Argélia”, obra emblemática do cinema político dos anos 60 a 70, e “O Dólar Furado”, do western-spaghetti. Ouviremos também David Bowie cantando “Putting Out the Fire”, uma canção escrita por Bowie e Giorgio Moroder para a trilha sonora do filme “Cat People”, de 1982, refilmagem de uma obra do mesmo nome feita pelo cineasta Jacques Tourneur nos Estados Unidos em 1942, durante a Segunda Guerra.
CURIOSIDADES
“Orgulho da Nação”, o filme dentro do filme, foi dirigido por Eli Roth (O Albergue), que também interpretou Donny Donowitz, o Urso Judeu.
Ainda sobre Eli Hoth, ele afirmou que sua namorada secretamente adicionou algumas músicas de Hannah Montana em seu iPod durante as filmagens de Bastardos Inglórios, e que quando ele ouviu, inexplicavelmente a natureza violenta do Urso Judeu surgiu HAHAHAHA SENSACIONAL!!!
Ainda sobre Eli Hoth, ele afirmou que sua namorada secretamente adicionou algumas músicas de Hannah Montana em seu iPod durante as filmagens de Bastardos Inglórios, e que quando ele ouviu, inexplicavelmente a natureza violenta do Urso Judeu surgiu HAHAHAHA SENSACIONAL!!!
Quentin Tarantino sondou Adam
Sandler para que ele interpretasse o sargento Donny Donowitz, mas o ator recusou
o papel devido ao conflito com as filmagens de outro filme. UFA!
O ator Samuel L. Jackson é ouvido
em duas narrações em off no filme. Reconheceram? E tem a voz do Harvey Keitel
também no telefonema com o Brad.
Em uma mesa redonda com Brad
Pitt, Tarantino disse que Til Schweiger, sendo nascido e criado na Alemanha,
sempre se recusou a vestir um uniforme nazista para um papel no cinema. A única
razão pela qual aceitou nesse filme foi porque ele tinha que matar nazistas.
Em Portugal, o filme tem o
curioso título de "Sacanas Sem Lei".
O filme foi um sucesso de bilheteria, arrecadando 320.351.773 de dólares em cinemas do mundo todo, tornando-o o segundo filme de maior bilheteria de Tarantino até hoje. Recebeu vários prêmios e indicações, incluindo oito indicações ao Oscar.
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Ok né! |
O filme foi um sucesso de bilheteria, arrecadando 320.351.773 de dólares em cinemas do mundo todo, tornando-o o segundo filme de maior bilheteria de Tarantino até hoje. Recebeu vários prêmios e indicações, incluindo oito indicações ao Oscar.
CURIOSIDADES SPOILERS:

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