Com final desastroso, Sense8 não entrega bom ano

Divulgação Netflix
A Netflix estreou no dia 08 maio, depois de um longo hiato(foram quase dois longos anos), a segunda temporada da série queridinha da empresa, Sense8. Mesmo contendo um pouco dos ânimos dos fãs lançando um episódio especial de natal, que logo depois foi caracterizado como o primeiro da nova temporada, a ansiedade para o show tinha finalmente chegado ao fim.

Quando soube que se tratava de uma série, na época, das irmãs Wachowski, Lana e Lilly, imediatamente me interessei pelo show, afinal, são as criadoras do revolucionário Matrix(1999). Impossível não criar uma certa expectativa sobre a estreia, e ela foi no minimo, avassaladora. Logo a série obteve seguidores e fãs do mundo inteiro, inclusive, claro, do brasil, que parece ser um dos mais apaixonados. A própria netflix não divulga números, mas sua segunda temporada exigiu um orçamento de U$ 9 milhões de dólares para cada episódio, por tanto, seus números devem ter surpreendido os executivos em sua temporada de estreia,

Sense8, em sua temporada de estreia, não consegue ser tão cativante de inicio, engrenando e tomando forma a partir do final do seu terceiro episódio, logo depois disso, não existe ninguém que não consiga um apego com os personagens principais. Capheus, Will, Sun, Nomi, Kala, Riley, Lito e Wolfgang. Entre eles existem, os odiados, amados, as histórias fracas e os personagens que nem deveriam existir, mas tudo se encaixa, e o final da temporada entrega ação, um papel fundamental para cada personagem e um enigma para o segundo ano. Mesmo com alguns erros, a temporada consegue se firmar e manter um ritmo maravilhoso.

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Sabemos o quão difícil é manter um show televisivo atraente para sua audiência, firmando de vez seus seguidores antigos, e criando novos fãs para a trama, perpetuando, assim, boas temporadas anos a fio. Poucas são as séries que conseguem essa proeza, e nem sempre com perfeição.

E para Sense8, isso passa longe! A segunda temporada tem um desenvolvimento pífio diante de sua antecessora, as cenas que encantaram o público ainda existem, estão lá, mas não são suficientes para garantir uma boa trama. Lindas imagens aéreas, alguns cenas sexuais(os fãs amam), mas nenhuma trama realmente bem desenvolvida durante mais de onze horas de série. Existem personagens que conseguem um desenvolvimento interessante, pouco, mas conseguem. O que não adianta muita coisa, já que o final parece esquecer qualquer desenvolvimento individual dos personagens.

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Mesmo que existissem histórias altamente desenvolvidas nesta segunda fase, parece que a solução para a diretora, sim, uma única, já que Lilly Wachowski preferiu se afastar da produção para concluir sua transição. Com isso, pôs todo o peso da produção nas costas de uma única pessoa, Lana, que passou a ter o controle de praticamente tudo na produção, do roteiro a direção do novo ano da série.

Mas ainda assim, não justifica o final apressado, mal resolvido, e um desfecho cômico(não no bom sentido da palavra). O desfecho dessa temporada não chega a ser desastroso, mas decepcionante, por expôr situações que há muito estavam no imaginário dos fãs, mas foi feito com desdém, sem atenção e com uma pressa sem sentido. Nem ao menos uma maior exploração sobre outros sense8 pelo mundo torna a história convincente, ou ao menos interessante. Existe até a ideia por parte de um grupo sobre a dominação dos "sapiens", como eles falam, e acaba soando como uma versão mal escrita e descartada de algum filme dos X-Men.

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Sem evolução, sem atenção e sem sair do lugar, Sense8 encerra sua segunda temporada em um ritmo desnecessário e pouco didático, sem o mesmo brilho que teve sua temporada original, faltando coerência, sentido e respeito para com a própria trajetória. Agora resta esperar pela sua continuação, que chega a netflix em 2019, para, talvez, seu último ano.

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