A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell - Uma adaptação Tardia




A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell é aquele tipo de filme que deixa um certo silêncio na sala de imprensa logo após seu término. Talvez pelo complexo peso que a película exerceu ao longo dos anos nos filmes de ficção científica ou talvez justamente por este motivo, o silêncio.
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O universo de Ghost in The Shell é gigantesco, mas além do mangá original (1989), foi o anime de 1995 o grande responsável pela explosão da franquia, projetando e inspirando outros filmes de ficção científica, incluindo Matrix,  e até mesmo as várias séries com  diversos episódios, jogos, continuações e outros  produtos. Ghost tornou-se além de um fenômeno, sinônimo de indústria de entretenimento ao longo dos anos. 

 
Em suas duas horas de duração, o longa pode ser considerado uma ótima adaptação do mangá e da sua sucessão, o anime, mas falta alguma coisa. A trama parece ultrapassada, como se sua fórmula estivesse obsoleta, nada de novo é acrescido. É apenas a mesma fórmula que já foi empregada em outros  filmes de ficção que lidam com o comportamento entre tecnologia e os seres humanos. Ghost foi à frente do seu tempo em 1989, mas em pleno 2017 ele parece perdido em sua narrativa já explorada massivamente por Hollywood. Além disso, seu terceiro ato é confuso, temos um "vilão" que consegue ser encurralado por uma armadilha piegas, e um roteiro que horas prevê um desfecho para uma sequência, horas não.

O enredo parece cansado e a sensação de "já vi isso antes" permanece por boa parte de sua projeção. A direção de Rupert Sanders não ajuda e o diretor não consegue um bom ritmo nas cenas de ação. Apesar dos $ 120 milhões de dólares depositados no filme, existem cenas questionáveis, como por exemplo em seu desfecho final, em que a personagem de Scarlett Johansson, Motoko, precisa realizar um salto sobre-humano, e quando o seu molde em CGI o faz, parece o Neo, em Matrix Reloaded, lutando contra o exército de agentes Smith's. Falso e nada convincente. 

O design do filme, apesar de interessante também já foi explorado aos montes no cinema. As referências gráficas ao filme Blade Runner são claras. Seus personagens secundários são convincentes, com destaque para a talentosíssima Juliette Binoche(Dr. Ouelet) e Pilou Asbæk(Batou). 

Os fãs da mitologia Ghost in The Shell não terão do que reclamar. O live-action é uma adaptação quase perfeita e fiel ao já aclamado Anime/Mangá. O  problema é o grande público, é um filme caro e feito para fanservice. A história poderia ser revolucionária como foi em 89, mas optaram pela mesmice tecnológica.



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