Um desabafo sobre a era de ouro da televisão






Fargo, The Affair, American Horror Story, How to Get Away With Murder, Penny Dreadful, Orphan Black, Mr. Robot e por aí vai a lista infinita de séries atrasadas. Não é novidade que vivemos a era de ouro da televisão. São histórias cada vez mais profundas e bem construídas. São atores do cinema migrando para a televisão. São as plataformas de exibições streaming conquistando cada vez mais assinantes. São tantos exemplos válidos pra argumentar sobre a era de ouro da TV que resumo apenas nestes.

Minha intenção aqui é fazer um simples desabafo nesse mundo pós-moderno onde o mal de século é correr contra o tempo e não ter tempo pra nada (ou pelo menos achar que não tem). Cada semestre é uma jorrada de séries boas estreando e você fica sem conhecê-las, ou não consegue tempo para vê-las. Isso sem falar na Netflix que resgata ótimas séries e coloca em seu serviço como Lost e Buffy, programas que eu não acompanhava direito, mas que passei a ver. Afinal, são duas obras primas que precisam ser vista por todos, aliás.

Junto às séries, vem os livros, os filmes, todos também atrasados. Aquela saída pra colocar o papo em dia com o amigo, as demandas do trabalho, da faculdade, enfim, chega uma hora que você joga as séries pro alto e as deixa em atraso. Ano que vem já tem novas séries programadas em que aposto alto pela qualidade, como Vinyl (HBO), de Martin Scorsese e Mick Jagger, sem falar na Netflix que aumenta sua produção cada vez mais. E, cá entre nós, praticamente todo conteúdo original do serviço tem uma ótima qualidade, com exceção de alguns programas tipo Um Drink no Inferno que foi uma decepção pra mim e, ao mesmo tempo, um alívio. “Ufa, menos uma pra acompanhar”.

O que acaba acontecendo é que muitas vezes ficamos presos ao mundo das séries para ficar por dentro de tudo e o prazer de assistir pode se tornar uma obrigação. Meu objetivo até o fim do ano (até quinta-feira melhor dizendo) é terminar Fargo e The Affair. Até que ponto eu faço isso por prazer ou por obrigação de estar com as séries em dia? Nem eu sei responder. Sem falar naquela série que todo mundo fala bem, mas nunca vi e quero ver, que é The Leftlovers (HBO). Aliás, dois famosos sites elegeram a segunda temporada como a melhor do ano, tornando-se mais um fetiche que me atrai à série.

Outros programas continuam sem fim, com renovação ano após ano e os famigerados 22 episódios por temporada. Essa é uma reclamação pessoal minha, tem gente que gosta até. Fã é fã, não é mesmo? Mas, se uma série de dez temporadas, com 22 episódios, terminasse em cinco ou sete temporadas de 13 episódios seria muito mais fácil acompanhar as outras séries, não acham? Hoje em dia não dá pra se apegar a um programa, mas a dezenas. A lista não acaba e você termina abdicando de outras atividades e sua vida fica resumida à televisão. Tomemos cuidado.

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