Gilmore Girls: um ano para recordar e o caminho de Rory


Texto com muito SPOILER. Leia só se você já viu tudo ou se você gosta muito de spoiler.


Bom, por onde começar falando de Gilmore Girls: a year in life? Vou me ater a alguns detalhes, porque acredito que vocês já devem ter vistos dezenas de textos que falam sobre o feminismo na série e como ela é importante para a geração 2000. Gilmore Girls é uma vanguarda e retorna num momento no qual se discute bastante movimentos sociais e quem começou a ver a série toda quando ela entrou na Netflix, assim como eu, percebe o quanto ela está a frente de seu tempo. Acredito que o mérito disso é da criadora Amy Sherman Palladino.

Deixo aqui abaixo um texto importante sobre Gilmore Girls que recomendo que vocês leiam:

"Gilmore Girls", uma série corajosamente feminista, da Carta Capital.

Mas vamos ao revival. A sensação foi a de que quatro episódios de uma hora e meia não foram suficientes para matar a saudade de Stars Hollow e das Gilmore Girls. No primeiro episódio, veio à mente a seguinte indagação: em que mulher Rory se transformou? Namorando e estando nem aí para Paul e sendo amante de Logan. O meu objetivo não é julgá-la, mas foi, diga-se de passagem, uma surpresa porque víamos uma Rory que cometia alguns deslizes quando o assunto era relacionamento, mas mantinha aquela aparência de garota perfeitinha.

O roteiro de Amy Sherman Palladino quebra essa ligação que temos com a Rory do passado e nos mostra uma mulher aos 32 que passa pelos menos conflitos que pessoas na faixa dos 30 anos vivem na realidade como frustrações na carreira (olá, jornalismo, essa é pra você). E é esse caminho perpetuado por Rory que devemos prestar atenção, pois é o enredo que nos levará as quatro palavras finais da série. Quem pensava que era algo relacionado a café ou algo que Lorelai falaria super rápido ficou surpreso. Aliás, acho que qualquer coisa que pensássemos sobre essas quatro palavras nos deixariam em choque pelo que realmente acontece.



Mom, I'm pregnant. Fim. E todos surpresos e querendo algo mais. Foi um final surpreendente e que fez jus a tudo que aconteceu nas quatro estações do ano. Em um dos episódios, vemos Rory tendo contato com a maternidade ao cuidar dos filhos de Paris (como essa personagem é importante pra série!) e, em outros, passando a noite com Logan, que é, ao que tudo indica, o pai da criança. Será então que a história de Rory acompanhou a de Lorelai? Logan, filhinho de papai, seria uma analogia a Christopher? E será que eram essas quatro palavras que seriam o final de Gilmore Girls em 2007 se Amy Sherman Palladino estivesse comandando a temporada final? Por tudo que a série construiu, acho que esse final combinou para a história dez anos depois.

Outro ponto que queria abordar é a criação do livro Gilmore Girls. Achei uma sacada inteligentíssima de Amy e Daniel Palladino, que deveria se tornar realidade aliás, apesar da ideia ter partido de Jess. Eles poderiam aproveitar o hype da série e lançar o livro escrito por Rory. Com certeza esse rumo da história deixou os fãs curiosos para saber o que a personagem escreveu. Henry Jenkins ficaria feliz em ter um material novo para seus estudos de convergência midiática!

No mais, Gilmore Girls resgata o antigo clima de Stars Hollow, com direito a musiquinha “lalalala”, e faz um trabalho maravilhoso de produção, por conseguir reunir os atores para o revival, até mesmo Melissa McCarthy e Jared Padalecki, com suas agendas lotadas já que são superastros do Cinema e da TV.

Ah, já que por enquanto o livro de Rory não saiu, tem o de Lauren Graham “Falando o Mais Rápido Que Posso”, em pré-venda nas livrarias.

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