Tecnologia. Smartphones. Internet. Você consegue imaginar a vida sem essas 3 coisas? Consegue ficar pelo menos 2 horas sem verificar o seu whatsapp? Se a resposta for não, Black Mirror é a série que vai te fazer refletir por muito tempo.
A produção criada por Charlie Brooker originalmente para o canal Channel 4 e agora original Netflix, narra histórias isoladas sobre o lado obscuro da tecnologia. Alguns episódios podem parecer futuristas, mas acredito que tudo seja apenas uma versão mais elaborada da nossa própria realidade.
A terceira temporada, composta por 6 magníficos episódios, constrói uma atmosfera de suspense e terror mais trabalhadas que muita obra cinematográfica por aí. No primeiro episódio, intitulado “Nosedive”, e estrelado por Bryce Dallas Howard (Histórias Cruzadas), a personagem Lacie vive em um mundo em que todos são sempre avaliados. Para conseguir um bom preço de aluguel, sua pontuação precisa ser alta. Se precisa de um voo, também. E tudo controlado pelo smarphone. Alguma coincidência com a realidade? O episódio traça um paralelo gritante com a maneira que utilizamos os aplicativos de redes sociais como Instagram e Facebook ou com os aplicativos de namoro e pegação como Tinder ou Badoo. Passamos horas julgando as pessoas apenas pelas fotos, filtros, frases de efeito, e tudo com a maior naturalidade. Qual é a consequência disso tudo? Black Mirror esmiúça de maneira aterradora.
No segundo episódio, um norte-americano viajante cheio de problemas emocionais se submete ao teste de um novo dispositivo de realidade virtual. No terceiro, vemos como nossa segurança virtual é frágil e os nossos atos podem ser cruelmente julgados. A complexidade dos episódios coloca em jogo até o conceito de maratona. Não dá simplesmente pra acabar 1 episódio e começar o outro em seguida. É tudo muito insano. Gêneros são sobrepostos. O romance, drama e perplexidade do episódio 4, San Junipero, me causou uma estranheza, tristeza e euforia tão grandes que eu precisei de horas pra conseguir assistir ao próximo .
O season finale, intitulado Hated in Nation, tem exatamente 1 hora 29 minutos de duração e é um estudo sobre como usamos as redes sociais. Na história, personagens são massacrados no twitter através de uma hashtag por terem agido de forma inconsequente. Nas mensagens, ameaças de morte e muitos xingamentos. Enquanto isso, uma nova tecnologia substitui abelhas na polinização de flores. As novas abelhas são na verdade pequenos robôs controlados por uma empresa financiada pelo governo. Se aproveitando de uma brecha, alguém consegue hackear a tecnologia e transformar as abelhinhas em verdadeiras assassinas. O suspense e a trilha sonora evocam Alfred Hitchcock. As atuações e o sotaque britânico, claro, são a cereja do bolo.
Black Mirror analisa de forma insana a psique humana na contemporaneidade. O conjunto de 6 episódios desta terceira temporada são candidatos perfeitos ao Emmy e ao Globo de Ouro e claro, torcemos pra que a série seja renovada para infinitas temporadas.
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