Em recentes entrevistas, Del Rey declarou que o disco teria a sonoridade mais parecida com a de seu álbum de estreia, Born to Die (2012), e seria diferente do seu último, Ultraviolence (2014). Porém, vários resquícios de Ultraviolence ainda são encontrados em Honeymoon: as letras pesadas e o amor trágico. Talvez o mais próximo que o disco soe de Born To Die seja os belos violinos de abertura da faixa-título. Bom, Lana Del Rey é uma artista com grande influência na música do passado. Se no Ultraviolence a cantora mergulhou no rock melancólico e psicodélico dos anos 70, em Honeymoon ela vai fundo nas décadas de 40, 50 e 60 e confirma a sua adoração pelas cantoras Nina Simone e Billie Holiday, com referência explícita na faixa "The Blackest Day".
Honeymoon, (Lua de Mel, em inglês), é um álbum que fala sobre o amor, mas não sobre uma lua de mel tradicional. O álbum soa como uma continuação do Ultraviolence, e mostra a cantora tentando se libertar de relacionamentos ruins, querendo ficar chapada na praia ou apenas começando um novo amor.
Honeymoon tem uma introdução cinematográfica que remete ao filme Cidade dos Sonhos (2001), de David Lynch, onde Lana Del Rey entoa logo no início: "We both know that's is not fashionable to love me" - "Nós dois sabemos que não é de bom gosto me amar". O eu lírico, ainda trágico, lida com um relacionamento abusivo e violento, tema que permeia o álbum Ultraviolence. Aqui, não sabemos exatamente que tipo de Lua de Mel Lana está vivendo, mas a julgar pelo verso final, "Dreaming away your life" - "Fantasiando sobre a sua vida", podemos imaginar que Lana está cantando sobre um sonho.
Em Music to Watch Boys to, segundo single do álbum, ouvimos um dos refrões mais gostosos do álbum. Com várias camadas vocais, Lana apenas quer ouvir música enquanto assiste ao seu amor ir embora.
Com Terrence Loves You (faixa favorita de Lana) , Lana demonstra sua predileção pelos ícones de Hollywood - "But Hollywood legends will never grow old" - Lendas de Hollywood nunca irão morrer", na veia mais jazz do álbum, seguida de "God Knows I Tried", faixa com influência gospel que fala sobre os altos e baixos da artista até finalmente encontrar a sua fama. A artista passou quase 7 anos na cena underground antes de alcançar a fama, com relatos de abuso de drogas e álcool, além dos relacionamentos abusivos, e boa parte das inspirações de Lana podem vir desse passado.
"Chamas tão quentes que se tornam azuis
Palmeiras refletindo em seus olhos
Como em um verão sem fim
É assim que eu me sinto por você
Se o tempo parasse, eu pegaria esse momento
E o faria durar para sempre"
Trecho de Freak
No ápice da poesia, em Freak, Lana canta sobre um amor anônimo, além de fazer referência a fama em Hollywood como uma forma de bizarrice. Ora, para artista, o mundo das celebridades pode ser estranho de diversas formas, e a cantora demonstra bem o seu descontamento com os paparazzi no vídeo de "High By The Beach".
Batidas de Hip Hop e vocais sussurrados seguem em Art Deco, dando o ar pop retrô tão presente na estética visual de Del Rey.
A segunda metade do álbum é permeada pela influência dos anos 50 e 60, com destaque para as faixas "Salvatore", The Blackest Day" e "24".
Parece clichê dizer que as faixas de Lana são cinematográficas, mas "Salvatore", música que segundo a própria artista traz o sentimento de uma Itália antiga, caberia perfeitamente na trilha sonora do filme "O Poderoso Chefão" ( 1972).
Mais uma vez, um cover de Nina Simone, um das principais influências de Lana, encerra o álbum. Don't Let Me Be Misunderstood" conserva o DNA da gravação original, associado ao estilo único de Lana Del Rey.
Honeymoon é um álbum conceitual que consegue manter todas as características que a gente ama em Lana Del Rey: a melancolia, a poesia, o pop retrô, e as influências cinematográficas, ao mesmo tempo em que é um disco completamente diferente dos outros já lançados pela artista. A própria já está pensando no próximo álbum, que deve ser lançado em 2016, e já deixa o mundo da música ansioso por toda essa criatividade infinita, que sempre nos trás grandes álbuns repletos de músicas sonhadoras.
Ouça o álbum completo:
Batidas de Hip Hop e vocais sussurrados seguem em Art Deco, dando o ar pop retrô tão presente na estética visual de Del Rey.
A segunda metade do álbum é permeada pela influência dos anos 50 e 60, com destaque para as faixas "Salvatore", The Blackest Day" e "24".
Parece clichê dizer que as faixas de Lana são cinematográficas, mas "Salvatore", música que segundo a própria artista traz o sentimento de uma Itália antiga, caberia perfeitamente na trilha sonora do filme "O Poderoso Chefão" ( 1972).
Mais uma vez, um cover de Nina Simone, um das principais influências de Lana, encerra o álbum. Don't Let Me Be Misunderstood" conserva o DNA da gravação original, associado ao estilo único de Lana Del Rey.
Honeymoon é um álbum conceitual que consegue manter todas as características que a gente ama em Lana Del Rey: a melancolia, a poesia, o pop retrô, e as influências cinematográficas, ao mesmo tempo em que é um disco completamente diferente dos outros já lançados pela artista. A própria já está pensando no próximo álbum, que deve ser lançado em 2016, e já deixa o mundo da música ansioso por toda essa criatividade infinita, que sempre nos trás grandes álbuns repletos de músicas sonhadoras.
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