Com Miles Teller (Whiplash), Kate Mara (House of Cards), Jamie Bell (Billy Elliot) e Michael B. Jordan (Poder Sem Limites) na pele da família mais famosa da Marvel, o reboot do filme Quarteto Fantástico é diferente dos filmes de heróis tão populares hoje, especialmente das produções com cara de Sessão da Tarde, como Os Vingadores. A direção de Josh Trank (Poder Sem Limites), junto à escolha da Fox de adaptar a série Ultimate Quarteto Fantástico, resultou num filme sério e científico, uma história sobre a origem do Quarteto.
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Reprodução: Marvel Entertainment |
Como nos quadrinhos Ultimate, somos apresentados a um jovem Reed Richards: excluído por ser mais inteligente que todos ao seu redor, desenvolvendo equipamentos que um dia mudariam o mundo e com um único amigo, Ben Grimm. Exatamente o oposto de Reed, Ben é o músculo da relação que, aliada à sua curiosidade, faz com que ele seja o melhor amigo que Reed poderia ter. Graças à sua inteligência, Reed ganha uma bolsa no Edifício Baxter, em Nova Iorque, onde irá desenvolver suas habilidades científicas - é lá que ele conhece Sue e Johnny Storm.
A maior parte do filme acontece dentro de laboratórios, o que remete a uma das características do Quarteto Fantástico nos quadrinhos, a sua afinidade com a ciência. Esse ponto pode desanimar quem está esperando um filme no estilo Vingadores: em Quarteto Fantástico, a ficção científica é o elemento principal, não a ação. Entretanto, apesar do filme ter um espaço claro para isso, a dinâmica entre os personagens não foi tão bem desenvolvida quanto poderia. Falta algo a mais para os unirem, além dos poderes que adquirem.
Os diálogos são fracos e não constroem uma base para fatos que o espectador anseia, como o romance entre Sue e Reed, o motivo de Victor Doom ser como é ou a razão por trás da tensa relação entre os irmãos Sue e Johnny. Tudo isso é ensaiado em momentos que logo terminam com mais ciência, o que pode ter sido intencional, algo que será aprofundado na sequência já confirmada do filme, mas que faz com que o espectador não crie um vínculo com os novos atores. Vínculo esse que é essencial, visto que a última formação do Quarteto (2005) ainda está fresca na mente de todos.
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Reprodução: Selvageria |
Mesmo com as comparações inevitáveis ao filme de 2005, que é bastante conhecido no Brasil, o novo Quarteto Fantástico sai na frente por se arriscar a ir além do "pipocão", o que pode não garantir boas reviews ou aclamação do público. Mas é refrescante ver um filme de heróis que não solta uma piada aleatória a cada cinco minutos ou tenta impressionar com grandes cenas de ação. Existem tomadas de tirar o fôlego no novo Quarteto, especialmente quando os membros são teleportados para uma nova dimensão, porém elas são usadas minimamente, num intervalo entre as longas cenas em laboratórios.
Um dos pontos de maior destaque ainda é a escolha do elenco para o reboot. Ao investir em talentos como Kate Mara e Miles Teller, ficou claro que a Fox traria um tom mais sombrio para o filme. Não se pensou em atores de ação, mas sim em atores de drama, que sabem mexer com a plateia e criar aquela conexão tão necessária para que a continuação do Quarteto Fantástico saia do papel. Apesar do talento dos protagonistas não ter sido tão bem explorado, fica a esperança para que a saga vingue e seja dada uma nova oportunidade para o grupo de heróis mais antigo da Marvel.
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