As sequências estão multiplicando-se. Hoje, conceito de trilogia
não existe mais! Bom, elas existem,
claro! Mas hoje são meras delineadoras de limites: onde começará, o objetivo e
o seu propósito final. Estamos na era das Sagas cinematográficas, e quando um
filme arrecada mais de meio bilhão nas bilheterias, o estúdio fará de tudo para
sugar até a última gota daquele universo. Os filmes de ação são um alvo
perfeito pra isso, vide Velozes e
Furiosos 7 ou até mesmo os filmes do 007.
Com essa sede cada vez maior dos estúdios por dinheiro, algumas sequencias
e trilogias acabam sendo completamente desnecessárias e enfadonhas, mas incrivelmente
(e raramente), outras, conseguem um feito único: ficam cada vez melhores, mais
elaboradas e acabam aprendendo com os próprios erros! No caso de Missão
Impossível, não seria diferente. A saga chega ao seu quinto capítulo com
fôlego, bom roteiro e uma dose de humor extra que todos nós gostaríamos de ver.
A sequência inicial do filme mescla tudo o que vamos ver nele: Bom
humor, sequência de ação impressionante e uma pitada de tenção. Esses são os
principais ingredientes de Nação Secreta.
Logo após concluir mais uma missão, o agente Ethan Hunt caí em uma
armadilha e acaba sendo sequestrado por um grupo, que até então, sua existência
era mero boato: O Sindicato. Além disso, a IMF(o departamento de “missões
impossíveis” dos EUA) encontra-se extinto, e Ethan acaba sendo caçado pelo CIA.
É com essa premissa que o filme tem a importante missão (olha lá,
um trocadilho), de sobressair aos outros filmes da saga, e quer a resposta? Ele
consegue! Com a direção certeira do Christopher McQuarrie o filme ganha ritmo
e não perde em nada aos outros filmes da saga, ouso em dizer que é o melhor
filme da “pentalogia”.
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Divulgação Paramount Pictures |
O roteiro é bem escrito, clichê, com algumas reviravoltas, mas é conciso
e coeso, nada muito elaborado, nada extremamente inteligente, mas um roteiro
que agradará a maioria, com toda a certeza. Sua trama envolve traição e tudo o que o público quer ver em um filme de espionagem, todas as pontas foram amarradas, tornando o filme acelerado, mas no tom certo.
Um dos méritos dos filmes de Missão Impossível é o empenho e amor que
o ator Tom Cruise tem pelo personagem e pelos filmes, é evidente a empolgação
em trabalhar com o “Ethan Hunt”. O ator, que também é produtor, se arrisca nas
cenas de ação, se envolve e acaba dando uma veracidade e uma energia extra ao
papel.
A atriz Sueca Rebecca Ferguson está fantástica no papel de uma
agente do serviço secreto inglês que infiltra-se no “sindicato”, uma das
melhores lutas com faca que já vi foi protagonizado por ela neste filme,
incrível. Como no filme anterior o Simon Pegg é o maior alívio cômico do filme,
mas não é só ele que ficará com as “tiradas” ao longo das duas horas de longa,
o roteiro foi inteiramente desenhado para um ótimo bom humor entre todos os
personagens, isso é um dos pontos positivos do longa. Em o Protocolo Fantasma a trama é mais densa e obscura, em Nação secreta as coisas ficam mais leves
e agradáveis.
Jeremy Renner apesar de um papel menor, consegue encontrar uma
personalidade sólida em seu personagem, poderia ter sido bem melhor
aproveitado. Alec Baldwin e Ving Rhames estão bem nos papéis que foram
designados, nada que passe de um “ok”. O vilão interpretado pelo ator britânico
Sean Harris é uma clara homenagem aos filmes do 007, ele é caricato e tem uma rouquidão em sua voz, além de ser
bastante aguda. Faltou, talvez, segurar um gato nas cenas...
Missão Impossível: Nação Secreta tem um dos melhores roteiros da saga:
simples, bem amarrado e com um ótimo senso de humor. Traição, reviravoltas, espionagem americana, belas paisagens internacionais. O filme tem tudo o que o bom filme precisa ter, e vai além. Tom Cruise e Rebecca estão perfeitos. Missão acertou com seus erros, e conseguiu trazer um filme a altura
do original de 1996. Consigo imaginar a saga como um bom vinho: quanto mais velho,
melhor! E sabe de uma coisa? Gostaria de tomar mais alguns goles.
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