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Reprodução/Facebook |
Ponte Aérea, o segundo longa dirigido por Júlia Rezende, poderia facilmente ser mais uma história de amor entre mocinho e mocinha que são completamente diferentes, mas facilmente superam seus problemas pelo amor; porém não é. O filme conta a história de Amanda (Letícia Colin), jovem publicitária, que conhece o artista plástico Bruno (Caio Blat) no hotel de aeroporto no qual esperam o próximo voo para São Paulo, aonde os dois prontamente começam seu romance.
As relações modernas e as dificuldades enfrentadas por essa geração smartphone em se relacionar são o foco principal da história. De um lado temos Amanda, paulista que acha a alegria do Rio angustiante, vive a mil por hora sempre com o celular na mão e já tem o hábito de tomar um comprimido tarja preta pra poder relaxar ao fim do dia e que, antes dos 30, assume um cargo importante em sua agência. No contra ponto existe Bruno, o carioca que acha São Paulo "cinza e solitária" e seu estilo descompromissado, não por dificuldades, mas por escolha que sofre um choque de realidade quando visita seu ausente pai em uma UTI.
Entre a vida corrida e ambições de Amanda e as dificuldades mais existenciais de Bruno, o relacionamento do casal cresce. Mas a relação nunca é perfeita graças as diferenças entre os dois personagens e também à distância enfrentada, mesmo com a presença da tecnologia, servindo de muleta emocional - seja no stalking pelo Instagram ou namoro via Skype. É muito fácil se identificar com ambos e todos os seus defeitos, algo que as boas atuações do experiente Blat e da jovem Colin torna muito mais natural.
Ponte Aérea é um romance no qual o amor acaba sendo plano secundário na história. O filme se destaca ao retratar as dificuldades de manter o compromisso, de se integrar ao mundo do outro, de amadurecer, de viver em seu próprio ritmo e até mesmo de aceitar seu parceiro como é. Todos esses problemas comuns, que fazem parte da nossa realidade e mostram que o amor, ou falta dele, nem sempre é o principal motivo para o sucesso ou fim de uma relação.
O filme, que estreia dia 26 de março, provavelmente não será um sucesso de audiência como o primeiro longa de Rezende (a comédia Meu Passado me Condena) e também não é uma experiência que mude vidas, mas vale a pena ir curtir.
*Texto feito por Mateus Fernandes, colaborador do Claquete Pop.
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