118 Dias é um drama biográfico pertinente e atual

Divulgação/ Diamond Films Brasil


O novo filme estrelado por Gael García Bernal é um drama biográfico envolvente e com uma temática bastante atual. O fato retratado em 118 Dias aconteceu em 2009, e ganhou as telonas sob a direção do jornalista do programa The Daily Show, Jon Stewart, que também é o roteirista e produtor executivo do longa.

Baseado no livro autobiográfico “Then they came for me: a family’s story of love, captivity and survival”, com o título em português  "Então eles vieram me buscar: uma história familiar de amor, de cativeiro e sobrevivência", escrito pelo jornalista iraniano da BBC Maziar Bahari (Gael García Bernal), o filme  mostra  o repórter  durante a cobertura das  eleições do Irã em 2009, as manifestações e a sua prisão, que durou 118 dias.

Parte do longa é filmado com uma câmera na mão, dando movimento e agitação. É como se nós estivéssemos vendo os acontecimentos através dos olhos de Bahari. O jornalista iraniano vive e trabalha em Londres, mas, em junho de 2009 ele retornou a cidade do Teerã para a cobertura da eleição, que naquele ano foi disputada por Mousavi e Ahmadinejad, este último sendo o presidente em exercício na época.

O ultraconservador Ahmadinejad foi reeleito e manifestantes foram às ruas sob  a alegação de fraude nas eleições. Bahari, inicialmente, não filma os protestos carregados de violência e agressões da polícia. No entanto, quando o jornalista liga a câmera, acontece um fato brutal que ganha repercussão após a divulgação das imagens.

O filme, então, corta para a cena inicial. A montagem não segue uma linearidade no começo do longa, que se inicia com a polícia chegando à casa de Bahari, revistando-o e interrogando-o. Após esse retorno na história, o jornalista é levado para a prisão e passa 118 dias sendo interrogado e torturado por um homem que vai ser chamado de Rosewater, nome que também é o título original do longa.

118 Dias é um filme independente e Gael García, assim como em outros filmes, mostra seu grande potencial como ator. A produção retrata política, jornalismo e liberdade de expressão. Como citado no início, a temática é bastante atual. Lembrei das nóticias relacionadas aos vídeos que foram divulgados com jornalistas sendo decapitados pelo Estado Islâmico, em 2014. Bahari sobreviveu e contou sua história em seu livro que virou filme. 

A estreia nacional acontece nesta quinta (5).

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