Vocês com certeza já devem ter
ouvido aquela expressão de que a vida imita a arte e arte imita a vida. Acho
que até eu já a mencionei aqui no site. Digo isso porque nos últimos meses têm
acontecido casos em que eu remeto minhas lembranças logo a alguns filmes. O caso mais recente que me fez refletir e rever A outra
história americana (1998) foi o ato racista da torcedora do Grêmio de chamar o goleiro de seu time de macaco.
Infelizmente, casos como esse ainda acontecem no século 21. E o pior, há ainda
aqueles que consideram a atitude algo comum e não racista.
Entre tantos desdobramentos,
notícias, matérias e indignação, revi o excelente drama estrelado por Edward
Norton sobre o preconceito e a ideologia neonazista nos Estados
Unidos dos anos 1990. A história se passa em 1991, ano em que aconteceu um caso
polêmico nos EUA, envolvendo um jovem negro. Dirigido por Tony Kaye, A outra
história americana mostra como o jovem Derek Vinyard (Edward Norton, excelente
atuação) se tornou o “príncipe” de um grupo de skinheads. A indignação pela
morte do pai foi um dos fatores para que isso acontecesse.
O pai de Derek foi morto, durante
o trabalho, tentando conter um incêndio. Indignado, Derek acredita que os
culpados são os negros que vivem naquele lugar. O jovem, ainda na adolescência,
concentra todo seu ódio nisso, sem ao menos refletir ou procurar respostas
concretas. Quem se aproveita é Cameron, que utiliza toda a mágoa e ódio de Derek
para montar um grupo e pregar ideologias neonazistas.
O rancor de Derek o faz cometer
uma atrocidade quando ele encontra dois jovens negros tentando roubar o carro
de sua garagem. A morte deles, cometida pelo ódio de Derek, faz com que o rapaz
seja preso em flagrante em uma das cenas mais chocantes do filme. Para Derek,
não importava se ele estava sendo preso ou se iria morfar na cadeia, a sensação
de ter matado dois jovens negros o fez ser algemados com um riso formado a
partir de um sentimento de vingança.
O filme mescla o presente e o
passado, com cortes em preto e branco, que contam essa “trajetória” de Derek,
narrada pelo seu irmão Danny (Edward Furlong). No presente, enquanto Derek está
preso, Danny vai se tornando uma cópia de seu irmão, seguindo os mesmos
princípios e até tomando as mesmas atitudes. No dia em que Derek é solto, Danny
recebe uma última chance do diretor para continuar na escola. O jovem conta
toda o caminho pelo qual Derek passou para se tornar quem ele é (ou melhor,
era). E os flashbacks em preto e branco vão fazendo a ligação entre o passado e
o futuro até que Danny descobre o que aconteceu com Derek na cadeia. É uma das
partes mais memoráveis do filme. É um tapa na cara do preconceito. O final é chocante
e não tem palavras para descrevê-lo. A conclusão de Danny fala por si só.
Boa crítica, mas eu não entendi o que você quis dizer com isso: "É uma das partes mais memoráveis do filme. É um tapa na cara do preconceito."
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